Apresentação

Foi em 2013 que surgiu a ideia de se ter um museu temático para falar sobre a fruta mais consumida no Brasil: a banana. Corupá é a Capital Catarinense da Banana e tem a Denominação de Origem da banana mais doce do Brasil, por meio da Indicação Geográfica Região de Corupá. Sabendo da importância da fruta para a cidade e região, a proposta do museu foi amadurecida com profissionais da Museologia e em especial, com as pessoas que trabalham com a banana. Logo, a diretoria do Instituto Catarina Brasilis percebeu o quão é necessário salvaguardamos a história da banana da região.


A fixação do homem no campo e a valorização do meio está refletida na permanência dos jovens na bananicultura fortalecendo a agricultura familiar. É comum visitar os bananicultores em suas atividades diárias e ter a presença de três a cinco gerações.

 

Com intuito de preservar, valorizar e divulgar a banana de Corupá e região, em 21 de agosto de 2019 foi fundado o Museu da Banana. O responsável legal pelo museu é o Instituto Catarina Brasilis – ICB, que têm em seus objetivos fortalecer as atividades na área cultural do município de Corupá, realizando ações que envolvam profissionais do segmento e a participação da comunidade em geral.

 

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 A fruta – as bananas maduras, homenageiam a fruta na cor que popularmente é conhecida e também a riqueza de benefícios que ela têm. Além disso, as três frutas representadas na parte superior e inferior da imagem, simbolizam o tripé da museologia: conservar, expor e educar.

 

As sementes – representadas por pontinhos marrons, significam a origem, que se desenvolvem em raízes e mudas. Também é sinônimo de divulgação da banana de Corupá para o mundo.

 

A água – representa a existência, pois sem ela não há vida na Terra. Também homenageia, as lindas quedas de água do município de Corupá.

 

As folhas – com seus tons de verde representam o vale e a Mata Atlântica da região. O relevo dificulta a produção da banana, mas junto às condições climáticas, torna a fruta, a mais doce do país.

 

A mão – representa todas as pessoas que trabalham com a fruta, em especial os bananicultores, pois grande parte do cuidado é feito de forma manual. Aqui também são representados os artesãos que usam a banana nas mais diversas formas e cores.

 

A Flor da bananeira – representa o feminino, o trabalho da mulher agricultora e a continuidade das gerações.

 

O município – Capital Catarinense da Banana, Corupá é sinônimo de beleza. Possui um povo trabalhador e é a casa do Museu da Banana.

 

O conjunto destes desenhos resultam em um círculo, representando a união. Acreditamos que podemos trabalhar por um mundo melhor através da união das pessoas. A junção das cores também nos remete as cores da bandeira do Brasil, afinal, temos a banana mais doce do Brasil.

História

Ao norte do Estado de Santa Catarina, em 1897 fundou-se a cidade de Hansa Humboldt, atualmente, seu nome é Corupá e foi colonizada por imigrantes italianos, austríacos, suíços, poloneses e principalmente alemães. É possível afirmar que neste período, a bananicultura começou a se desenvolver em Corupá e região, cultivada nas áreas onde as demais culturas agrícolas não conseguiam se desenvolver. Nessa época, já alcançava uma produtividade maior do que o consumo local era capaz de absorver e para evitar o desperdício da fruta, iniciaram a produção de bananas passa e farinha de banana.

 

Com a construção da estrada de ferro, em 1913, a produção de bananas começou a ser comercializada em direção as cidades do interior de Santa Catarina e para o porto de São Francisco do Sul, onde seguia para o Rio de Janeiro, Montevideo e Buenos Aires. O Sr. Reinaldo Stelter conta que “em 1927, já existiam bananais formados que produzem até hoje”. A partir de 1940, alguns comerciantes locais deram início ao transporte rodoviário.

 

A inovação chegou em 1970, com a instalação de climatizadoras e a implantação do escritório da atual Epagri, cujo trabalho de extensão rural na bananicultura causou grandes impactos, surgindo as primeiras casas de embalagens e acompanhamento de técnicos e agrônomos especializados na área. E com a intenção de apoiar os produtores na compra de insumos agrícolas, em 1994, formou-se a Associação dos Bananicultores de Corupá.

 

Corupá conquistou o título de Capital Catarinense da Banana, em 2002 e após dez anos, a data de 21 de agosto é o Dia da Banana no município. Neste tempo, durante o ano de 2006, foi fundada a primeira cooperativa de agricultores familiares, a Cooper Rio Novo. Conforme o Sr. Valmor Farias, presidente da cooperativa “o consumidor merece receber um produto de qualidade e saber quem produziu e de onde veio, identificando a sua origem.”

 

O Sr. Álvaro Denk, motorista e produtor, comenta: “em 1982 nós tivemos a primeira Festa da Banana aqui na minha propriedade e foi gravado pelo Campo e Lavoura da Globo. Foi um dia de campo e apresentação de tudo o que era feito com a banana”. Outra atração é a Bananenfest, organizada pelo Rotary Club de Corupá. De acordo com a secretária, Sra. Lara Romanovicz, “a realização de eventos e manifestações culturais são meios de fazer-se conhecer, e resgatar o que um povo tem construído ao longo de sua história. É um momento de confraternização e promoção de tudo aquilo que nos constitui e move como cidadãos”.

 

Além das receitas tradicionais, a gama dos subprodutos derivados da bananicultura se ampliou e hoje é possível contar também com geleias, ketchup de banana, banana chips e biomassa. Com a extração da fibra da bananeira, a mesma passou a ser vendida e utilizada para a confecção de diversos itens artesanais, tais como flores, objetos de decoração, móveis e biojoias. Desde 2017 as mulheres da Associação Musas de Corupá, vêm produzindo o presépio a partir da fibra da bananeira e é instalado na praça central do município, o qual tem se tornado uma atração de Natal.

 

Foi em Corupá que teve início o processo de valorização da doçura da banana e em agosto de 2018 foi concedido o registro da indicação geográfica, Região de Corupá, compreendendo os municípios de Schroeder, Jaraguá do Sul, Corupá e São Bento do Sul. Esta região apresenta um microclima de vale mais quente e úmido com maior amplitude térmica e chuvas bem distribuídas o ano todo em função da localização junto às encostas da Serra do Mar. Estas condições fazem com que o tempo necessário para a produção de um cacho de bananas seja maior quando comparado às demais cidades produtoras. Como consequência deste fenômeno ocorre maior acúmulo e transformação dos açúcares e ácidos naturais das frutas, resultando em bananas mais aromáticas e saborosas.

 

Com esses novos desafios, a esperança foi renovada e a população de Corupá e região continuam investindo sua energia na produção de bananas, que se estende pelas encostas das montanhas revelando a todos a obra e o engenho de gerações que por ali passaram plantando e colhendo a banana que é doce por natureza.

 

Por toda esta história de tradição e vínculo com a bananicultura, sabendo da importância de salvaguarda e preservação da memória, o Instituto Catarina Brasilis – ICB, abriu o Museu da Banana em 21 de agosto de 2019.

 

Mapeamento dos Saberes e Fazeres Artísticos e Culinários da Banana de Corupá

O projeto foi selecionado no Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura ∕ Patrimônio Cultural – Edição 2019, na categoria Patrimônio Cultural Imaterial, por meio do eixo da Pesquisa, oferecido pelo Governo do Estado de Santa Catarina por Intermédio da Fundação Catarinense de Cultura. 

 

O principal objetivo é mapear as possibilidades de saberes e fazeres artísticos e culinários da Banana de Corupá, que são passados de geração em geração. Uma das intenções de resultado da pesquisa, é a conscientização da comunidade sobre a importância dos saberes e fazeres locais, que é preciso ter continuidade e manter a essência para manter viva essas tradições. 

 

Roseli Siewert, filha de bananicultores e pesquisadora do projeto, ressalta: “O mapa é um dos resultados da pesquisa. São pessoas ou empresas que preparam alimentos à base de banana ou fazem o artesanato com a fibra ou folha de bananeira na cidade de Corupá. Pesquisamos um total de 20 itens, destes 16 alimentos, 1 bebida, 2 artesanatos e por fim o cultivo da bananicultura que algumas famílias estão na 5ª geração.”

 

Desde o princípio, têm o apoio do Instituto Catarina Brasilis e este ano, percebendo a importância da pesquisa também contamos com o apoio da Prefeitura Municipal de Corupá. Para a pesquisa, Roseli contou com os trabalhos do historiador Rubens Junior Heinrich e de Gabriella Eger Lux que realizou todas as transcrições da pesquisa oral.

 

Aproveitamos para agradecermos todas as pessoas, famílias e empresas que colaboraram com as entrevistas, pois foram essenciais na concretização deste importante projeto do patrimônio imaterial da cidade de Corupá.

 

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